ARCA HISTORIAL
DO GUJAP À ARCA – Breve Historial
A História da ARCA anda associada à criação do Grupo Juvenil de Animação Paroquial- GUJAP em 1977/78 (Carlos Almeida, insatisfeito com a desvalorização a que a animação juvenil e o trabalho jovem era votado pela comunidade adulta, deu os primeiros passos).
Carlos Almeida (Vila Nova), com Maria Albertina Ferreira (Tina) das vendas e Clara Ribeiro (Burgueta) formaram o primeiro núcleo duro, depois de uma reunião realizada em abril de 1978. Em junho de 1978 realiza-se o primeiro encontro na Sra. da Guia, onde já esteve o núcleo fundador (em que se incluíam também a Rosa Campos, Ana Maria Almeida, Maria dos Anjos reis, Ilda Guimarães, José Caetano, o Vasco e o António reis, a somar aos três inicias). Outras reuniões e encontros se sucederam, envolvendo outros jovens da freguesia. Em 21 de setembro de 1980 dá-se o início formal da atividade do GUJAP, num convívio no recinto da escola primária. É criado um carimbo, inicia-se o processo de quotização e avança-se para a legalização, forma-se uma proposta de Corpos Diretivos.
Numa perspetiva de intervenção foi criado um Boletim Informativo “Mãos dadas”, completamente artesanal, distribuído mensalmente à saída da missa dominical, onde se foi experimentando a escrita de opinião, a entrevista, o comentário político, e mesmo a Poesia.
Ato eleitoral para lançamento da Gestão do GUJAP
Este grupo, devidamente legalizado em 1980, sendo Carlos Almeida o sócio fundador mais velho, e por isso assumindo toda a responsabilidade, haveria de dar lugar uns anos mais tarde à Associação Recreativa e Cultural os Amigos de Santa Cruz (ARCA), atualmente uma IPSS com Centro de Dia em funcionamento, abrindo Santa Cruz da Trapa a novas ideias e mentalidades, movimentos culturais e associativos a despontar…
O GUJAP passava a assumir-se como um movimento de ideias, um projeto de ação cultural e recreativa com base em mensagens de tolerância e solidariedade, intervenção e militância, para além de um simples grupo de animação da eucaristia dominical e eventos litúrgicos…
Entre 1978 e 1986 o GUJAP desenvolveu em Santa Cruz da Trapa uma intensa atividade de animação cultural e recreativa, depois conduzindo o grupo para a transição (algo tumultuosa) para uma Associação Cultural e Recreativa (ARCA).
Anualmente o GUJAP organizava bailes em diferentes momentos do ano (Carnaval; Páscoa; Magustos; …), Edição do Boletim Mãos Dadas (distribuído em fotocópias), Encontros de Música/Cantares/Folclore, Concursos de Dança, Exposições temáticas, Festas de Natal, Teatro/Variedades, Viagens de Estudo, acampamentos, retiros…
O GUJAP acabaria por tornar-se um caso sério de animação e intervenção cultural local e regional, levando o nome de Santa Cruz da Trapa a muitas localidades (através do Teatro de Fantoches, através da organização de Encontros Culturais e Artísticos, através de intercâmbios de projetos, bem como na presença no Concurso da RTP Fórmula J em representação do Distrito de Viseu, a convite do FAOJ Viseu, em 1985, momento alto do grupo na revelação dos seus talentos nas áreas do Teatro, Música e Dança.
Não foi pacífico o processo de transição do GUJAP (grupo iniciado nas atividades litúrgicas) conduzido a um processo de legalização e transformação numa associação juvenil com apoio do FAOJ -Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis) para a Associação ARCA, devido a resistências internas, persistência de uma mentalidade algo fechada à evolução do associativismo em transformação, processo orientado por uma linha de formação de quadros técnicos e de animadores culturais/dirigentes associativos a partir das sedes capitais de distrito (a ARCA tornava-se associação inscrita no FAOJ e no INATEL).
Também as dificuldades em assentar arraiais num espaço condigno não ajudavam à consolidação de um programa cultural e formativo que proporcionasse a criação de quadros técnicos de continuidade na freguesia (a sede saltitava desde as Eiras, num barracão emprestado, até às Vendas, numa casa de habitação desocupada temporariamente, ou ainda em instalações provisórias na cave do casarão da Botica no Calvário, e só mais tarde numa garagem da Casa Paroquial ao Calvário, onde se manteve por mais tempo, mas um espaço demasiado exíguo que mal chegava para as reuniões da assembleia). Algumas atividades (como exposições) realizavam-se nas salas superiores da Casa Paroquial, entretanto desocupada, e as restantes eram levadas a cabo na Casa do Povo (encontros, bailes, festivais, concursos, …) ou no salão dos Bombeiros Voluntários.
Em 1986 iniciou-se o processo de transição do GUJAP para uma Associação Cultural Juvenil (ARCA) com apoio institucional do FAOJ/IPJ delegação de Viseu. A Associação foi legalizada em 1987, com candidaturas a apoios financeiros do INATEL e do Instituto Português da Juventude, com votação da maioria dos associados. É elaborado um novo logotipo para a associação (desenho de Carlos Almeida).
Com a domiciliação do sócio fundador Carlos Almeida em Viseu, onde ajudou a criar a Associação GICAV, e embora não perdendo a ligação institucional e de proximidade à ARCA, e com o afastamento de alguns associados também por motivos profissionais ou de emigração, a ARCA começou a perder algum fulgor e abrangência de atividade e intervenção local.
Alterações diretivas e sensibilidades distintas conduziram à transformação da Associação numa IPSS, dando resposta às necessidades crescentes de resposta aos problemas da Terceira Idade, mudança concretizada em 2000, com registo em 23 de agosto como IPSS, adotando como sede as antigas instalações da Escola Primária.
Síntese: Carlos Almeida 2021